Considerada uma das drogas mais eficazes no tratamento da gastrite e da DRGE, medicação também pode apresentar sérios riscos e consequências se não for utilizada corretamente
Quem sofre de azia, má digestão, esofagite e, sobretudo, de gastrite e da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), conhece bem o omeprazol. Isso porque o medicamento é comumente receitado para alívio dos sintomas e regeneração dos tecidos inflamados. E não à toa, afinal, é tido como um dos antiácidos mais potentes no tratamento dessas doenças.
Pertencente à uma classe de medicamentos que leva o nome de inibidores de bomba de prótons (IBPs), o omeprazol age bloqueando o excesso de ácido criado pelo próprio estômago, que pode ocasionar uma série de condições e doenças do tubo digestivo, conforme explica o endocrinologista e endoscopista Felipe Matz Vieira (CRM/RJ 52-78331-5).
Além de ser considerada uma opção eficaz, o fármaco vem se popularizando nos últimos anos em virtude da sua boa tolerância, segurança e acessibilidade. Entretanto, o aliado ao tratamento do estômago pode ter sua ação comprometida ou até mesmo se tornar inimigo da saúde, se os devidos cuidados não forem tomados.
A começar pela administração do medicamento, que deve ser feita preferencialmente em jejum e antes das refeições, ou seja, de uma hora a trinta minutos antes do café da manhã, ou duas horas após o jantar.
“Desta forma, o omeprazol vai ser bem absorvido. Caso contrário, ele pode perder um pouco do seu efeito”, orienta Felipe.
O médico também alerta para os riscos do uso prolongado da droga, que consiste na utilização do omeprazol por mais de seis meses contínuos.
“Alguns estudos apontam que o omeprazol pode ter relação com demência e outras afecções do sistema nervoso central, por isso, nós evitamos que os pacientes façam uso contínuo da droga indeterminadamente”, reitera.
Além disso, o medicamento também pode comprometer a absorção de vitaminas e interagir com outros remédios de uso continuado. Em alguns casos, inclusive, o omeprazol pode ser contraindicado, já que ele não deve ser tomado concomitantemente com determinadas medicações que podem até ser mais importantes, dependendo do tratamento do paciente.
É por isso que a automedicação nunca deve ser uma opção. Dosagens erradas e más aplicações, por exemplo, podem ter grandes efeitos colaterais e prejudicar seriamente a saúde do paciente, conforme salienta Felipe. Portanto, sempre que necessário, o recomendável é buscar avaliação médica e acompanhamento regular com um especialista, inclusive para uso do omeprazol.
“A orientação médica consegue ter uma visão global de um especialista. Ele entende o risco, o benefício e consegue saber o momento certo de entrar com uma droga e visualizar quando o paciente está tendo uma complicação com uma medicação específica. Por isso, é muito importante o médico prescrever a medicação e acompanhar o paciente para saber que a vida dele está em segurança, seja qual for a droga”, completa o endocrinologista.
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