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Mesmo com refluxo, dá para curtir as delícias juninas sem medo


Com dicas simples, essas guloseimas típicas do mês de junho podem deixar de ser as vilãs para quem sofre da doença



Pé de moleque, maçã do amor, pamonha (doce, salgada ou à moda), milho cozido, quentão, cachorro quente, canjica, arroz doce, curau de milho e muito mais. O mês de junho é realmente sinônimo de comilança para a maioria das pessoas. Porém, para quem sofre da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), a época dos festejos juninos pode virar um dilema de saúde, já que as guloseimas típicas do período podem se tornar vilãs de quem sofre desse mal, que atinge cerca de 30% da população adulta no Brasil, segundo dados da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).


Mas é possível, para quem sofre de refluxo crônico, aproveitar essas delícias juninas sem sofrer os seus efeitos colaterais? De acordo com a nutricionista Liliam Teixeira Francisco, evitando os excessos e seguindo algumas dicas simples, é possível sim curtir as festas juninas sem a necessidade de muitas restrições alimentares.

“Um primeiro cuidado que precisa se ter é com o excesso de gordura. A pipoca, por exemplo, que é um alimento bem típico nas festas juninas, é rico em fibra, porém como este alimento foi preparado? Normalmente com uma quantidade excessiva de gordura. Então uma alternativa é evitar ou preparar esses alimentos com um mínimo de óleo”, orienta a nutricionista. Ainda em relação ao preparo da comida, outra dica é fugir dos pratos que são preparados com muitos temperos artificiais ou molhos picantes. A temperatura do alimento também pode ser um agravante para quem sofre de refluxo, segundo explica a nutricionista. “É preciso evitar os alimentos extremamente quentes, então esses caldos [como de feijão e frango], muito consumidos nas festas juninas, também irão atrapalhar a digestão se forem servidos em altas temperaturas. O ideal é esperar esfriar um pouco e depois consumir”, afirma a especialista. Ela também orienta evitar o consumo de bebidas alcoólicas, que são agressivas ao trato intestinal. “As bebidas gaseificadas, como os refrigerantes que aumentam a pressão de ar dentro do estômago, também devem ser evitadas. Para quem sofre de refluxo crônico é recomendado também fugir dos líquidos fermentados, como cerveja e vinho, pois aumenta a produção do suco gástrico, piorando os sintomas do refluxo”, esclarece a nutricionista. Mude a receita Para aproveitar as delícias juninas sem muita culpa e medo, uma boa dica dada pela nutricionista Liliam Teixeira é trocar alguns ingredientes pelos que são menos agressivos ao trato digestivo. E, para explicar melhor, a especialista cita um dos pratos que não pode faltar nas festas juninas, a canjica doce ou o munguzá. “Você pode substituir o leite integral normal pelo desnatado, pode também substituir o açúcar refinado por adoçantes naturais como mel, açúcar de coco ou açúcar mascavo”, sugere a nutricionista. A mesma mudança também pode ser feita no curau de milho, outra delícia típica das festas juninas.


Uma orientação válida, não só para as festas juninas, mas para qualquer outro evento ou comemoração onde se vá comer algo, ainda que seja em casa por causa da pandemia, é não sair ou esperar com fome. “É importante não sairmos ou iniciar nossa participação em uma comemoração de estômago vazio. Então, faça um lanche leve antes, no meio ou no final da tarde, porque sem fome conseguimos nos controlar bem melhor”, diz Liliam Teixeira. Outro cuidado a ser levado em conta é o horário. “As festas juninas, em sua grande maioria, são realizadas à noite, por isso é preciso ficar atento até que horas esse alimento será ingerido, justamente para evitar aquela situação de comer muito à noite e deitar logo em seguida, o que é muito ruim para quem sofre de refluxo”, explica a nutricionista. Dieta em geral Na sua dieta diária, além das dicas já citadas, a nutricionista Liliam Teixeira afirma que a pessoa que sofre de refluxo crônico precisa estar atenta à sua mastigação. “Quem sofre de refluxo precisa ter uma boa digestão, pois se a comida não for bem triturada, bem mastigada, vai agravar os sintomas da doença. Uma dica é descansar o talher a cada garfada e assim comer um pouco mais devagar e mastigar mais vezes”, orienta.


Outra orientação importante passada pela nutricionista é não ficar muitas horas sem comer. “Minha sugestão é comer pequenas porções em mais vezes durante o dia. É preciso também evitar a ingestão de líquido durante as grandes refeições (almoço e jantar), o que também irá atrapalhar a digestão. Durante o intervalo dessas grandes refeições, as frutas são uma ótima opção, pois são de fácil digestão”, sugere a especialista.

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