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Refluxo gastroesofágico: uma queixa comum das mulheres grávidas que merece atenção

Distúrbio costuma causar bastante desconforto na gravidez, principalmente em gestações gemelares e em pacientes com maior ganho de peso


A gravidez é um momento marcante e único na vida da mulher. A possibilidade de gerar uma vida é fascinante e prova o quanto a natureza é mágica. Em compensação, as transformações físicas, hormonais e emocionais podem tornar este cenário um tanto desafiador. Para algumas mulheres, os desconfortos podem ser significativos a ponto de prejudicar suas rotinas até mesmo por todo período gestacional.





“A tendência é de os sintomas aumentarem à medida que o útero se expande. A principal causa do refluxo na gestação é o aumento na pressão intra-abdominal, causada pelo crescimento do bebê, que empurra todos os órgãos abdominais, alterando os mecanismos naturais antirrefluxo. A progesterona, hormônio que fica bastante elevado na gravidez, leva a um maior relaxamento da musculatura e também favorece o refluxo”, explica.

A gastroenterologista também lembra que, quanto maior o ganho de peso, maior será o refluxo. Além disso, a qualidade e a quantidade dos alimentos ingeridos são outros fatores que favorecem a aparição dos sintomas.


Diagnóstico e tratamento


Entre as gestantes, o mais comum é que o diagnóstico do refluxo gastroesofágico seja feito de forma clínica, ou seja, avaliando a presença dos sintomas típicos. Isso porque, conforme adverte Caroline, o preferível é que procedimentos que utilizem anestesia sejam evitados durante a gravidez.


Por outro lado, quando os sintomas são intensos e não respondem ao tratamento habitual, a endoscopia pode ser indicada. Neste caso, o recomendável é esperar passar as primeiras 12 semanas de gestação para fazer o exame.


Inicialmente, o tratamento para reduzir o refluxo na gravidez é feito por meio de mudanças comportamentais. Além da reeducação alimentar, com adoção de uma alimentação saudável e equilibrada, rica em frutas e verduras, é recomendado fracioná-la em pequenas porções ao longo do dia.


É indicado, sobretudo, que a gestante fuja de comidas muito gordurosas e quentes, bem como bebidas gaseificadas e ricas em cafeína. Importante, ainda, evitar deitar antes de pelo menos duas horas após as refeições e o ganho de peso excessivo.


Entretanto, se os sintomas persistirem, principalmente ao deitar, Caroline esclarece que antiácidos ou protetores de barreira, como os alginatos, podem ser prescritos. Já em quadros mais graves e de difícil controle, medicamentos bloqueadores de H2 e os IBP (inibidores de bomba de prótons) podem ser adotados após as 12 semanas de gestação.


“Pacientes que já tinham doença de refluxo antes da gravidez costumam ter quadros mais intensos e que podem persistir mesmo após a gestação, em especial se a mulher não conseguir perder o excesso de peso e não aderir às medidas comportamentais”, observa a especialista.

A boa notícia é que, em pacientes que não tinham sintomas de refluxo antes da gravidez, o quadro tende a ser resolvido após o parto.

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