Seja nos casos leves ou mais graves, atividade física é indispensável para quem sofre com refluxo.
Segundo especialista, 90% das causas da doenças estão ligadas direta ou indiretamente à obesidade ou ao excesso de peso. Escolha do exercício ideal está naquele que der menos desconforto.
Multifatorial e com potencial para gerar outras várias comorbidades, a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), mal que atinge cerca de 30% da população adulta do Brasil, segundo dados da Federação Brasileira de Gastroenterologia, possui também um tratamento multidisciplinar. Entre as várias prescrições médicas, como uso de combinações de medicamentos e em casos graves realização de procedimentos cirúrgicos, está a prática da atividade física.
De acordo com o endocrinologista e endoscopista Felipe Matz Vieira (CRM/RJ 52-78331-5), em mais de 90% dos casos a obesidade ou excesso de peso estão vinculados, direta ou indiretamente, ao refluxo. Portanto, mesmo que a obesidade não seja a causa imediata da DRGE, ela com certeza contribuirá para piorar o quadro. "A gente costuma dizer que quem pratica exercício tem uma maior facilidade de controlar seu peso, e este controle do peso faz com que o refluxo não se agrave e até melhore”, destaca o médico.
Mas já que a prática de atividade física ajuda tanto para o tratamento do refluxo, há algum tipo de exercício específico recomendado ao paciente que sofre deste mal? Conforme Felipe Matz, não existe uma atividade que possa ou não possa ser feita para quem tem refluxo, isso dependerá da condição geral do paciente e do desconforto que ele possa sentir com esta ou aquela atividade.
Comportamental
“A pessoa que sofre de refluxo crônico, costuma passar por três tipos de tratamento: o medicamentoso, para aliviar os sintomas; o tratamento cirúrgico ou endoscópico, como é o caso do TIF com uso do Esophyx; e um terceiro tipo que é comportamental, em que o paciente faz uma série de tentativas, com acerto e erros, tanto para a escolha de alimentos que lhe afetem menos, quanto com os exercícios físicos que ajudam mais” esclarece o especialista.
O médico acrescenta dizendo que é preciso que o paciente perceba qual tipo de exercício lhe cabe melhor e que trará menos incômodo. “Há alguns exercícios, como os abdominais ou outras atividades que são feitas de forma deitada, que podem agravar o refluxo, então orientamos o paciente a suspender tal atividade, quando ele se sentir incomodado. Mas esse é um trabalho que se faz observando casa a caso”, diz.
O endocrinologista destaca outra grande ajuda proporcionada pelo exercício físico, além da questão do controle do peso.
“A prática regular de atividade física acaba modulando o funcionamento do sistema digestivo. Quanto mais o paciente pratica atividade física, mais estimula com que todo o trânsito gastrointestinal funcione melhor e isso irá favorecer um esvaziamento gástrico-alimentar”, explica.
Movimento Peristáltico
O médico afirma ainda que quanto mais rápida a comida é esvaziada do estômago, menos refluxo se tem. “O exercício físico ajuda muito ao ativar a aceleração do bom funcionamento do tubo digestivo, estimulando o movimento peristáltico, que é fazer com que o estômago seja esvaziado e a comida seja levada para o intestino, isso favorece com o paciente não tenha refluxo, já que este alimento não irá ficar muito tempo parado no estômago”, detalha.
De acordo com com Felipe Matz Vieira, a prática regular de exercícios é de suma importância, inclusive, nos pacientes que precisam passar pela fundoplicatura, procedimento endoscópico ou cirúrgico, adotado para tratar casos mais graves.
A prática de atividade física terá uma influência no grau da gravidade desse refluxo que o paciente tem. E enquanto mais o paciente consegue amenizar os efeitos da doença com os exercícios, melhores e mais efetivos serão os resultados do procedimento de fundoplicatura”, afirma.
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